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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Especialista garante que a construção do espigão afastará os tubarões

Praia da Ponta D'areia / Foto: Handson Chagas
O aparecimento de um tubarão lixa com mais de dois metros de comprimento na praia da Ponta da Areia foi considerado algo inusitado pelo zoólogo Nivaldo Magalhães Piorski, 43 anos, professor do Departamento de Oceanografia e Liminologia (Deoli) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). “É difícil que esse tipo de animal tenha procurado águas mais rasas. Tubarões são comuns na costa de São Luís, mas sempre buscam águas mais profundas”, argumenta.
O tubarão foi encontrado na manhã do último domingo num curral natural formado por pedras nas proximidades da Praça do Sol. O animal estava morto e foi cortado em pedaços que foram distribuídos entre moradores de rua que estavam no local. O chefe da guarnição do corpo de salva vidas da Guarda Municipal, CDA Pereira, levantou a suspeita de que o animal tivesse sido atraído devido à construção do espigão. As obras aumentaram a quantidade de cascalho e conchas atraindo mais peixes menores.
Nivaldo Piorski reduz a influência do espigão para atrair tubarões até à praia e lembra que o animal costuma buscar moluscos para se alimentar. De acordo com o especialista, a construção do espigão pode contribuir para afastar os animais uma vez que provocará um acúmulo de areia na área afastando os animais que preferem águas mais profundas, como os tubarões. Ele acredita que o bicho pode ter sido pescado, por engano, em alto mar e depois abandonado próximo ao litoral.
Outra hipótese sustentada seria o ferimento do animal por um navio ou outro tipo de embarcação. A teoria é defendida pelo guarda vida Dionaldo Filho, 45 anos, que trabalha há 20 anos na função. “Esses bichos vão atrás de restos de alimentos que são jogados dos navios, uma hélice pode ter atingido ele”, sugere. Como o corpo da criatura não está mais disponível para estudo, Nivaldo Piorski afirma que não é possível determinar com precisão as causas que trouxeram o animal a uma área de banhistas.

Entre nós
Contudo, não há dúvidas sobre a presença de tubarões nas águas da capital, em regiões mais profundas como a formada após canais e linhas de rebentação. O zoólogo explica que a descarga dos rios propicia uma abundância de alimentos para peixes pequenos diversos o que atraia os tubarões. Ele destaca que a maior frequência ocorre nas praias do Araçagi e São Marcos, onde alguns tubarões podem ser fisgados com linha, só que seriam animais de 50 cm a 70 cm.
Nivaldo garante que as criaturas maiores se mantêm distantes, em águas mais profundas, após a linha de rebentação das ondas. Ele esclarece que a orla de banho do litoral são-luisense é mais horizontal do que inclinada, diferente do que ocorre em Recife (PE) onde a inclinação é acentuada o que propicia os ataques de tubarões. “Eles existem em São Luís e fazem parte da cadeia alimentar. Não devem ser mortos de forma indiscriminada sob o risco de desequilibrar o meio ambiente”, declara.

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