A Avenida Litorânea, um dos principais pontos turísticos de São Luís, está
ameaçada por causa da chuva e da erosão. Vários morros localizados na Praia do
Calhau estão desmoronando. Proprietários de casas e de estabelecimentos
comerciais situados na área vão construir barreiras de contenção para evitar os
deslizamentos de terra. Lonas pretas foram colocadas sobre dunas para evitar que
a água da chuva penetre no terreno, provocando novos acidentes.
Uma equipe de engenheiros foi contratada para fazer avaliação nas áreas
atingidas pela terra que desceu das encostas e para realizar as obras, que devem
ter início amanhã. De acordo com o proprietário de um dos estabelecimentos
comerciais localizados no local, Mario Cella, uma barreira de sacos de areia
será colocada sobre um dos morros ainda esta semana. Somente com essa etapa da
construção, serão gastos cerca de R$ 60 mil.
Após o período de chuvas, um muro de contenção definitivo será construído.
Mario Cella informou que hoje, às 17h, um grupo de engenheiros apresentará aos
comerciantes uma proposta de projeto e orçamento da construção de uma muralha. O
empresário afirmou ainda que acionou seus advogados para apurar responsabilidade
no deslizamento. "É uma construção necessária para garantir a segurança de nosso
negócio. Nossa intenção não é culpar alguém, mas gostaríamos que os responsáveis
colaborassem conosco", afirmou.
Condenados - A chuva forte ocorrida na noite do dia 24 e madrugada do dia 25
de janeiro causou desabamento de parte dos morros que se estendem por trás de
casas e estabelecimentos comerciais na Avenida Litorânea, resultando no
aterramento de alguns deles. Quem trabalha ou reside no local contou que a
Defesa Civil já condenou várias áreas, que tendem a novos deslizamentos.
Parte do restaurante Feijão de Corda ficou soterrada. O proprietário teve um
prejuízo avaliado em R$ 2 milhões. O estabelecimento está fechado desde a semana
passada para manutenção do local atingido pelas chuvas. O gerente-geral do
restaurante, Ribamar Machado, contou que as barreiras de contenção em áreas
abaixo e acima do morro, próximo às encostas, devem melhorar a situação e evitar
mais perdas. Ciente do perigo existente, ele disse que a saída é fazer
melhorias.
No Bar do Nelson, na Avenida Litorânea, o gerente José Roberto disse que não
houve desmatamento da área próxima, portanto o risco de desmoronamento é menor
do que em áreas onde houve alterações na vegetação.
Na manhã de ontem, um grupo de trabalhadores do serviço de limpeza pública da
Prefeitura ainda retiravam os destroços e a lama que atingiu um condomínio,
ainda nas primeiras chuvas. Com medo de novos deslizamentos, alguns moradores
decidiram deixar as residências e se mudar para outros lugares, onde não existe
o risco de desastre. Foi o que aconteceu com Marcelo Abreu Ferreira, que se
mudou com a família para um apartamento, quando parte da sua casa foi invadida
por terra que desceu do morro. Segundo ele, o deslizamento foi responsável por
destruir a antena, a caixa d'água e outros objetos que ficavam no quintal da
casa.
De acordo com Marcelo Abreu, os técnicos da Defesa Civil estiveram no local
logo após o desabamento. Segundo o laudo técnico emitido pelo órgão, o morro que
fica atrás de sua residência corria o risco de ter novos deslizamentos. Foi
emitido laudo condenando a residência.
Fonte: O Estado / http://imirante.globo.com/noticias/2011/02/03/pagina265738.shtml
0 Comentários:
Postar um comentário