Dois irmãos, um de 11 e outro de 9 anos, desapareceram na tarde de sábado, dia 6, na Praia de Panaquatira, em São José de Ribamar. Ainda naquela noite, um mutirão feito pelos moradores da localidade encontrou o corpo da criança mais nova, a outra foi localizada na manhã de ontem. O desaparecimento das duas crianças levantou a discussão sobre a segurança das praias da orla da Ilha de São Luís. Por ano, cerca de 400 ocorrências entre queimaduras causadas por caravelas, atendimentos médicos aos banhistas, salvamentos na água, resgate de crianças perdidas e afogamentos são registradas na orla da Ilha, mas esse trabalho fica comprometido por causa do efetivo reduzido dos órgãos que atuam na segurança das praias.Segundo o Grupamento de Bombeiros Militar (GBMar), responsável pelo patrulhamento da maioria das praias da Região Metropolitana, a unidade trabalha com apenas um terço do efetivo necessário, que deveria ser de 240 homens.
Este ano, de acordo com estatísticas do GBMar, três desaparecimentos foram registrados na orla da Ilha. No dia 24 de fevereiro, um jovem de 17 anos foi levado pela correnteza quando estava no mar da Praia do Calhau. O corpo foi encontrado na manhã seguinte na Praia de São Marcos. Sábado, as duas crianças morreram afogadas, após desaparecem na Praia de Panaquatira. Elas estavam pescando com o pai, no momento em que caíram na água e começaram a se afogar. Os salva-vidas foram acionados, mas não conseguiram fazer o resgate dos corpos que foram localizados horas após o fato.
Com um efetivo de 80 homens, entre oficiais e praças, o GBMar é o responsável pela segurança de seis praias da Região Metropolitana: São Marcos, Calhau, Caolho, Araçagi, Meio e Amor, situada na Ponta da Espera. As praias da Ponta d'Areia e Olho d'Água são de responsabilidade da Prefeitura de São Luís. Em São José de Ribamar, há três anos o Município criou um Grupamento de Salva-Vidas Municipal para atender às ocorrências registradas na orla.
"Segundo o nosso quadro organizacional, o GBMar deveria ter 240 homens, mas nosso efetivo hoje é de 80 militares, mas, por causa de férias, licenças médicas e outras circunstâncias contamos de fato com pouco mais de 50 homens para fazer as atividades do dia a dia", informou o major Arnaldo Martins Macedo, comandante da unidade.
De segunda-feira a sexta-feira, o grupamento destaca três guarda-vidas para cada praia. Nos fins de semana e feriados, quando o fluxo de banhistas é maior, o efetivo aumenta para cinco homens. "O nosso trabalho é ostensivo e a orla é segura, mas ainda assim o ideal seria ter pelo menos oito homens para atuar somente no atendimento à população em cada praia, fazendo o trabalho de resgate, abordagens e prestando as orientações necessárias aos banhistas para evitar incidentes", afirmou o major Macedo.
Bem equipado - O comandante do GBMar informou que, apesar do efetivo reduzido, a unidade está bem equipada. São cinco botes, duas lanchas, oito motores e quatro quadriciclos utilizados no patrulhamento e deslocamento das equipes por toda a orla. "Temos todos os equipamentos necessários para prestar um bom atendimento à população. Nos fins de semana, colocamos placas nas praias para indicar os pontos mais seguros para banho. Nosso principal problema é o número reduzido de praças, mas nosso quadro será reforçado quando forem convocados os aprovados no último concurso da Secretaria de Segurança", frisou o major Macedo.
Apesar do trabalho dos guarda-vidas, os banhistas também precisam ficar atentos para evitar acidentes, principalmente quando estão acompanhados de crianças. "Muitas pessoas entram na água após ingerir bebida alcoólica, outras preferem tomar banho em áreas mais afastadas da praia. No caso das crianças, muitos pais as deixam sozinhas na água ou na faixa de areia. Ocorrências de crianças perdidas são as mais registras, principalmente nas férias, e isso compromete nosso trabalho", alertou.
A Prefeitura de São Luís informou em nota que a Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania (Semusc), por meio do Corpo de Salva-Vidas, executa o serviço de guarda-vidas nas praias de responsabilidade do Município, operacionalizando a segurança preventiva com ações de vigilância da orla (área de banho), orientando os banhistas, efetuando buscas e salvamentos em casos de afogamento. Além disso, a Secretaria de Trânsito e Transportes (SMTT) combate o tráfego irregular de veículos na faixa de areia das praias.
A Prefeitura de São José de Ribamar informou que o Grupamento de Salva-Vidas Municipal tem efetivo de apenas oito homens para fazer a segurança de todas as praias do município. O trabalho é centrado principalmente na Praia de Banho, localizada na sede da cidade. Por causa do número pequeno de guarda-vidas, o trabalho é feito em regime de revezamento para cobrir toda a orla, por isso não há equipes nas praias durante todo o dia. Até o fim do ano, os aprovados em concurso público realizado em 2011 serão convocados para reforçar o quadro.
Fonte: Jornal O Estado do Maranhão
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